•I.
Para começar a sua vida
O que feliz eu me sinto
Sou Afonso Roque Pinto
Casado com Olímpia Pinto
•II.
Tínhamos dois anos de casado
Metidos sempre em sarilhos
Que ambos os dois pensávamos
Que não íamos a ter filhos
•III.
Que não íamos a ter filhos
Era a nossa intensão
Prometemos uma promessa
A Senhora da Assunção
•IV.
A Senhora da Assunção
Também e mãe de Jesus
Logo conseguimos um filho
Que se chamava Maria da Luz
•V.
Essa maria da Luz
Descendente de Sampaio e viduedo
Por sorte foi nascer
A torre de Ervededo
•VI.
A torre de Ervededo
Certamente que vem sabes
Não pertence a Mogadouro
É mesmo ao pé de chaves
•VII.
Na torre de Ervededo
Umas das terras boazinhas
Onde criam ser padrinhos
Senhor Betinho e D. Aninhas
•VIII.
Como os tempos mudaram
Tudo isto se passou
Eram doutra religião
O Dr. Moreiras não aceitou
•IX.
Escolheu eles os padrinhos
As coisas são como são
Era o Dr. agostinho e sua esposa
Mas teve que ser maria Falcão
•X.
No dia do seu baptizado
Muita gente assistiu
Não sei porque motivo
A madrinha não pode vir
•XI.
Tudo pode acontecer
Tudo isto foi a sério
A quem serviu de madrinha
Estava em Chaves com o Sr. Tibério
•XII.
Como era conhecida
Era da nossa terrinha
Como outra não pode vir
Ficou ela a ser madrinha
•XIII.
Ficou muito satisfeita
Que feliz se encontrava
Estava de férias em chaves
E arranjou uma afilhada
•XIV.
A Maria da Luz nasceu em Chaves
O que acontece as fezes
Por causa da Manuela
Só pode estar lá nove meses
•XV.
Os seus pais ficaram tristes
Na torre de Ervededo
Por mandar a sua filha
Para os avos Viduedo
•XVI.
Os avos de viduedo
A quem tanto ela cria
Não esquecendo uma tia
Que se chamava maria
•XVII.
Deles era seu encanto
Os anos que lá viveu
Mas a vontade de Deus
Essa tia faleceu
•XVIII.
O amor que havia nas duas
Não se pode calcular
Mas alguém tempo depois
Para Sampaio veio morar
•XIX.
Começou sua escola
Nos avos e tia a pensar
Mas logo de pequenina
Tinha vontade de trabalhar
•XX.
Com vontade de trabalhar
Sempre tive esperança
Com alguns 16 anos
Foi as vides para França
•XXI.
O dinheiro que ganhava
Aos pais o vinha entregar
Porque ela não pensava
Que em breve ia casar
•XXII.
Só namorou com um rapaz
Que nele tinha tanta fé
Foi criado com os avos
Sr. Esperança e Sr. André
•XXIII.
O que falou o casamento
Foi o avo que tanto gostava
Se casares com o meu neto
Deixo-vos a minha casa
•XXIV.
Pois com essa intenção
O casamento realizou-se
Ela cria-lhe tanto
Mas pouco tempo durou
•XXV.
Ele trabalhava em Mogadouro
Bate chapas a profissão
Se não fosse tão malandro
Ganhava um dinheirão
•XXVI.
Arranjaram uma filha
Que para nos tem muita fama
É linda de encantar
Seu o nome Liliana
•XXVII.
Para melhorar a sua vida
Pensaram ir para Espanha
Ele não queria trabalhar
E sem trabalho não se ganha
•XXVIII.
Os patrões eram marqueses
Para começar foram os dois
Deixaram a sua filha
Entregue aos avos
•XXIX.
Algum tempo la trabalhavam
Deles começaram a gostar
Vos tendes uma filha
Tendes que ir buscar
•XXX.
Se vos portardes bem
Esse desejo é meu
Ocupai-vos da vossa vida
Que da dela ocupo-me eu
•XXXI.
Os avos tinham tanta saudade
Foram lá visitar
O avo viu uma fita
Que não ficou a gostar
•XXXII.
Assim que esta cena viu
Veio logo sem demora
Não quero estar mais aqui
Quero-me ir já embora
•XXXIII.
A nossa filha Luz
Não cria acreditar
Sei bem que nessa menina
Nem um homem pode tocar
•XXXIV.
Vieram nos trazer a casa
Sem ela nada saber
Porque eu como pai dela
Vim todo caminho a tremer
•XXXV.
Regressamos a casa
E quando lá chegamos
A noite foi-se deitar
Nem os sapatos tirou
•XXXVI.
Disse a Luz como mulher
Tu pareces que estas tonto
Eu não tenho nenhum sono
Dorme tu e pronto
•XXXVII.
Maria da Luz desconfiada
Fingiu ressonar a valer
Ele muito caladinho
Com a outra foi a ter
•XXXVIII.
Logo tudo se descobriu
Não pode haver nada encoberto
Logo a Maria da Luz disse
O meu pai estava certo
•XXXIX.
Maria da Luz fez barulho
Perto das duas ou das três
Logo tiveram que sair
Da casa desses marqueses
•XL.
Vieram para Portugal
Mas ele pouco ca demorou
Com a maloqueira que tinha
Bem calado se escapou
•XLI.
Quando chegou a Espanha
Isto foi tudo atoa
A patroa não o aceitou
Teve que ir para Lisboa
•XLII.
Ai passou algum tempo
E com muita pouca gana
Veio buscar a mulher
E a filha Liliana
•XLIII.
Foram para casa duma tia dele
Mas nada la correu bem
Nem la estiveram um ano
Tiveram que vir para casa
•XLIV.
Tudo tem que acontecer
Seu destino assim o quis
Arranjou outra patroa
Onde se sente tão feliz
•XLV.
A sua filha Liliana
Já sabe bem o quer
Mas ainda não escolheu
Há-de ser o que Deus quiser
•XLVI.
Tem o caminho a frente
Com ajuda de todos nos
Pode contar com a madrinha
E também com os avôs
•XLVII.
A madrinha é a Manuela
Casada com o Rogério Alonso
Conta com os teus avos
A Olímpia e o Afonso
•XLVIII.
Nos te pedimos Liliana
Tens um coração que relas
Nunca faltes com carinho
A tua mãe Maria da Luz
•XLIX.
A tua mãe Liliana
Foi o destino que assim quis
Sofreu tanto nalgum tempo
Hoje contigo e tão feliz
•L.
Tens uns avos Liliana
Que mais não te podem crer
Criamos que te formasses
Consegues dar-nos esse prazer?
•LI.
Faz por continuar a ser
Como tens sido até agora
Para que sejas feliz
A mãe que tanto te adora
•LII.
Uma mãe que tanto te quer
O avo e a avozinha
Não esquecendo o Rogério e Micaela
E Manuela tua madrinha
•LIII.
Para isto terminar
Temos que ter muita fé
Falta a tia vera e filhas
E o teu padrinho José.