ENTRUDO I As maiores barrulheiras Que no entrudo ouvia Eram as dos zenideiras Que todos os rapazes faziam II A zenideiras espalmada Atavam com perfeição A um pau tipo agulhada Um baraço feito a mão III Não era toda a madeira Que para as fazer serviu De esteva ou oliveira Por ser a que mais unia IV Não era tempo de fado E a noite pela calada Se se ouvia qualquer lado Zum zum zum e mais nada BRINCADEIRAS DE CRIANÇA I Havia uma enorme euforia Quando vinham dos campos Os garotos que a porfia Apanhavam pirilampos II A maneira de brincar De alguma maneira avisavam Em direcção as silveiras Onde os tais bichos piscavam III Já bem perto e acanhadinhos Mesmo com muita atenção Por causa desses bichinhos Mudaram de posição IV E olhando com cuidado Voltavam de novo haver Ou de um lado ou de outro As luzinhas a tremer V Era então que reparavam Pelas luzes que emitiam Mas pegavam admirados Em cachinhas os metiam VI Alguns mais desconfiados E com ar pouco sereno Perguntavam amedrontados Esta luz será veneno VII Pode ser que na verdade Um dos mais fortes dizia Eu já tenho saudade De os ver amanhã de dia VIII De manhã quando acordava Ficavam tristes de mais Pois logo se percebia Que eram lagartas normais.
ENTRUDO,BRINCADEIRAS DE CRINÇA